terça-feira, 5 de março de 2013

O que é a intolerância a lactose e como evita-la.






Um copo de leite no café da manhã, um sorvete depois do almoço e, no jantar, um sanduíche de queijo branco. Esse é um cardápio impraticável para a maioria dos intolerantes à lactose, pessoas que possuem uma deficiência ou ausência de lactase, a enzima que digere o açúcar do leite. Nesses casos, o consumo de laticínios provoca sintomas bem desagradáveis, como gases, dores de barriga, inchaço abdominal, diarreia ou constipação. 

A intensidade das manifestações depende da dose de substância ingerida e da quantidade de enzima existente no organismo. Uma reação comum aos portadores da síndrome é simplesmente deixar de lado os alimentos que caem mal. Apesar de compreensível, essa pode ser uma medida arriscada, ainda mais se tomada sem diagnóstico preciso e a orientação de um profissional.

Não é possível diagnosticar a intolerância baseando-se apenas nas manifestações clínicas, além de os sintomas serem semelhantes aos de doenças gastrointestinais, as reações de cada indivíduo variam muito. É importante que a pessoa seja encaminhada a um médico, que realizará os exames apropriados.

O teste mais comum para detectar a deficiência de lactase é oferecer, no laboratório, uma quantidade controlada de lactose. Aí, é só dosar a glicose no sangue: se ela não aumentar em alguns minutos, sinal de que esse açúcar do leite foi bem absorvido, supõe-se que ele não está sendo digerido a contento.

Uma vez diagnosticada a deficiência de lactase, é preciso pensar em estratégias para adaptar a dieta sem dar espaço a carências nutricionais. O correto é determinar qual é a quantidade de produtos lácteos que cada organismo suporta. Pesquisadores americanos notaram que há uma tolerância média de 12 gramas de lactose ao dia, o equivalente a um copo de leite.  Tirar os laticínios de vez do cardápio não é boa ideia, porque o corpo vai entender que realmente não precisa mais produzir as enzimas que digerem esses alimentos, ou seja, a medida extrema só piora a situação.

O segredo, portanto, é começar com pequenas doses. Também vale a pena investir em alguns derivados do leite que são mais bem-aceitos pelos intolerantes à lactose. Entre outros cuidados, fique atento ao consumo de proteínas e sódio, que aumentam a excreção de cálcio na urina. Tudo isso, não custa lembrar, deve ser feito com orientação de um especialista.

Postado por: Barbara Correia Pires

Referência:Mattar R.; Mazo D. F. C. - Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular, Rev. Assoc. Med. Bras., 2010; 56(2): 230-6.

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