A população acima dos 60 anos de idade tem aumentado
significativamente no Brasil. O aumento da população idosa está associado à prevalência
elevada de doenças crônico-degenerativas, dentre elas aquelas que comprometem o
funcionamento do sistema nervoso central, como as enfermidades neuropsiquiátricas,
particularmente a depressão.
A depressão consiste em enfermidade mental frequente no
idoso, associada a elevado grau de sofrimento psíquico. No idoso, a depressão
tem sido caracterizada como uma síndrome que envolve inúmeros aspectos
clínicos, etiopatogênicos e de tratamento. Quando de início tardio, frequentemente
associa-se a doenças clínicas gerais e a anormalidades estruturais e funcionais
do cérebro. Se não tratada, a depressão aumenta o risco de morbidade clínica e
de mortalidade, principalmente em idosos hospitalizados com enfermidades
gerais.
As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um
conjunto amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais,
como luto e abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Cabe ressaltar
que a depressão no idoso frequentemente surge em um contexto de perda da
qualidade de vida associada ao isolamento social e ao surgimento de doenças
clínicas graves.
Enfermidades crônicas e incapacitantes constituem fatores de
risco para depressão. Sentimentos de frustração perante os anseios de vida não
realizados e a própria história do sujeito marcada por perdas progressivas - do
companheiro, dos laços afetivos e da capacidade de trabalho - bem como o
abandono, o isolamento social, a incapacidade de reengajamento na atividade
produtiva, a ausência de retorno social do investimento escolar, a
aposentadoria que mina os recursos mínimos de sobrevivência, são fatores que comprometem
a qualidade de vida e predispõem o idoso ao desenvolvimento de depressão.
O fato do paciente com a depressão permanecer no leito por
muito tempo, sem praticar atividade física, traz prejuízos acentuados à saúde
geral, particularmente no idoso. O exercício físico, em particular o chamado
aeróbio, realizado com intensidade moderada e longa duração (a partir de 30 minutos)
propicia alívio do estresse ou tensão, devido a um aumento da taxa de um
conjunto de hormônios denominados endorfinas que agem sobre o sistema nervoso,
reduzindo o impacto estressor do ambiente e com isso pode prevenir ou reduzir
transtornos depressivos, o que é comprovado por vários estudos.
A atividade física contribui de diferentes maneiras para
melhorar a condição clínica geral e a condição mental do idoso deprimido. Do
ponto de vista biológico, a atividade física tem sido associada a vários
fatores favoráveis a uma melhor qualidade de vida no idoso, principalmente no
que tange à perfusão sanguínea sistêmica e cerebral com redução dos níveis de
hipertensão arterial; implementação da capacidade pulmonar com prevenção de
pneumopatias; ganho de força muscular e de massa óssea com melhor desempenho
das articulações. Em relação à condição mental, a atividade física eleva a
auto-estima do idoso, contribui para a implementação das relações psicossociais
e estimula as funções cognitivas, principalmente a capacidade de concentração e
de memória.
Ao fazer referência às contribuições da atividade física
regular e planejada para a melhora do sofrimento psíquico do idoso com
depressão, cabe mencionar a atividade física como um recurso preventivo de sintomas
depressivos, constituindo um tema importante a ser aprofundado em nosso meio. condição
mental, a atividade física eleva a auto-estima do idoso, contribui para a
implementação das relações psicossociais e estimula as funções cognitivas, principalmente
a capacidade de concentração e de memória.
Postado por: Barbara Correia Pires
Referências: Stella F.; Gobbi S.; Corazza D.I.; Costa J.L.R.
- Depressão no Idoso: Diagnóstico, Tratamento e Benefícios da Atividade Física
- Motriz, Rio Claro, Ago/Dez 2002, Vol.8 n.3, pp. 91-98.
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