terça-feira, 23 de abril de 2013

EFEDRINA: Substância ilícita escondida em alguns suplementos




            As plantas do gênero Ephedra sp. contêm efedrina (o principal componente ativo) e pseudoefedrina, alcalóides maioritários desta planta.Tanto a efedrina como a pseudoefedrina atuam no sistema nervoso simpático através da ação direta nos receptores α e β-adrenérgicos dos órgãos efetores e da estimulação indireta devido à liberação de noradrenalina e dopamina. Devido a essas propriedades farmacológicas, preparações à base de Ephedra sp. são utilizadas também em produtos descongestionantes nasais, no manejo terapêutico de rinites, sinusites e como agente broncodilatador no tratamento da asma. 

         Suplementos alimentares à base de efedrina, também conhecidos como Ma Huang, são utilizados como promotores do emagrecimento devido à liberação de catecolaminas, estimulação dos receptores β3-adrenérgicos no tecido adiposo e consequente efeito termogênico da efedrina. Porém, como a sua atividade simpaticomimética é inespecífica, também exerce efeitos sobre o débito cardíaco e aumenta a pressão arterial. Os efeitos agudos estão listados a seguir:


 As alterações fisiológicas mais comuns são:

  • Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial;
  • Vasoconstrição e broncodilatação;
  • Hiperglicemia;
  • Xerostomia, cãimbras abdominais e diminuição do apetite;
  • Pupilas dilatadas e palidez. 

As alterações psicológicas mais comuns são:

  • Euforia, excitação e falta de coordenação motora;
  • Aumento do estado de alerta, da líbido e redução da fadiga;
  • Alucinações, psicose e paranóia;
  • Agressividade e violência.

No sistema cardiovascular observa-se também observa-se efeitos colaterais,como:


  • Taquicardia;
  • Danos irreversíveis a nível dos vasos sanguíneos;
  • Hipertensão;
  • Possível morte do tecido cardíaco.




               Atualmente, várias organizações desportivas, incluindo a National College Athletics Association (NCAA) e o International Olympic Committee (IOC)  consideram doping uma concentração acima de 10 mg/mL de efedrina na urina, e a National Football League (NFL), proíbem o uso de produtos contendo efedrina. 
       Adicionalmente, a FDA tem publicado inúmeras advertências sobre os possíveis efeitos colaterais dessa droga. Dessa maneira, por haver um risco substancialmente maior com o uso da efedrina em comparação a outros produtos a base de plantas (Ginkgo Biloba, Echinacea, Ginseng, Kava Kava), a sua utilização deveria ser restrita ou evitada a fim de prevenir as sérias reações adversas que pode acometer grande parte dos consumidores.

           A partir de 1º de janeiro de 2007 entrou em vigor a lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Anti-Doping (WADA), e o uso de efedrina foi proibido dentro e fora de competições.

           Além disso, a efedrina é proibida pela NCAA, MLB e NFL. Porém, continua a ser legal em muitas aplicações fora de suplementos dietéticos. No entanto, a sua compra está limitada e regulada, com especificidades que variam de estado para estado.


     Em um levantamento realizado para detectar a presença de substâncias consideradas ilegais pelo Comitê Olímpico Internacional e pela Agência Mundial Antidoping em 64 diferentes suplementos nutricionais, observou-se que, do total, 12,5% dos produtos analisados continham algumas das substâncias proibidas e não estavam declaradas nos rótulos. Entre estas substâncias encontrava-se a efedrina.

        Portanto,para não haver o risco de consumir a efedrina em suplementos, é necessário estar atento aos rótulos destes produtos, tanto na embalagem quanto os que estão disponíveis em sites de compra na internet. Estes,muitas vezes, especificam todos os constituintes de um suplemento, diferente de um rótulo da embalagem, que pode ocultar substâncias, como a efedrina.


Postado por: Dayane Oliveira Fiuza

Referências:
GOMES, Ana Filipa Correia. PESQUISA DE SUBSTÂNCIAS ILÍCITAS EM SUPLEMENTOS ALIMENTARES. 2011. 118 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Nova De Lisboa, Caparica, 2011.

PARRA, Renata Marques Toews; PALMA, Alexandre; PIERUCCI, Anna Paola Trindade Rocha. CONTAMINAÇÃO DE SUPLEMENTOS DIETÉTICOS USADOS PARA PRÁTICA ESPORTIVA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 04, p.1071-1084, 10 nov. 2010.







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