segunda-feira, 20 de maio de 2013

MITO? Ômega 3 x Doenças Cardiovasculares



     Ômega 3 são ácidos graxos polinsaturados importantes para o bom funcionamento do organismo dos seres humanos. São as chamadas gorduras boas. Podem ser de origem vegetal (Ácido Alfa Linolênico) ou animal, produzida por algumas espécies de peixes (Ácido  Docosahexaenóico - DHA - e Ácido Eicosapentanóico - EPA).


Por muitos anos tornou-se indicado pelos médicos como um aliado no combate a doenças cardiovasculares. Seus benefícios estão listados a seguir:

  • Controle da pressão arterial
  • Normaliza a circulação sanguínea e o ritmo do coração
  • Combate a osteoporose
  • Melhora o funcionamento das atividades do cérebro
  • Evita doenças auto-imunes
  • Dificulta o desenvolvimento de processos inflamatórios
  • Ajuda a diminuir os níveis de triglicerídeos no sangue


       As principais fontes alimentares do ômega-3 são os peixes de águas frias e profundas, como o salmão, a truta e o bacalhau. Os óleos de muitas espécies de peixes marinhos são ricos em ácido eicosapentaenoico e em ácido docosaexaenoico, as duas formas que apresentam cadeias longas e poli-insaturadas ativas da família ômega-3. Desta forma, a suplementação com o óleo de peixe encapsulado torna-se uma estratégia segura, efetiva e protetora na saúde cardiovascular evitando, assim, possíveis efeitos negativos.

      Segundo a World Health Organization, o estabelecimento de recomendações dietéticas de AGPI para prevenção primária de doenças coronarianas corresponde a uma ingestão mínima de 500mg/dia da combinação EPA e DHA12, enquanto que 1g/dia é recomendado para pacientes portadores de doenças cardiovasculares. De acordo com o National Cholesterol Education Program, a ingestão de ácidos graxos poli-insaturados deve girar em torno de 10% do total de lipídios na dieta.

     Porém, um estudo publicado dia 9 de maio no The New England Journal of Medicine demostrou que a suplementação do nutriente não é um diferencial na hora de prevenir doenças cardiovasculares, como derrame, em pessoas que já se encontram no grupo de risco (idade superior a 45 anos em homens e 55 anos em mulheres; história genética; diabetes, pois aumenta 3 vezes o risco nos homens e 4 vezes nas mulheres; hipertensão; colesterol, tabagismo, excesso de peso, entre outros).

    O estudo acompanhou durante cinco ano mais de 12 mil pessoas com condições que aumentavam as chances de doenças cardiovasculares, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, tabagismo e obesidade, entre outras. Por isso mesmo, eles já seguiam tratamentos para esses fatores de risco. Entre elas, 6.244 consumiam 1 grama de óleo de peixe fonte de ômega-3 diariamente, enquanto 6.269 receberam placebos, para ser o grupo de controle. No fim desse período, 1.400 pessoas morreram de doença cardíaca ou tiveram um infarto ou derrame. Porém, elas estavam igualmente distribuídas entre os dois grupos. Representavam cerca de 11,7% do primeiro grupo e 11,9% do segundo.

    Para os pesquisadores, isso demonstra que aliar a suplementação de ômega-3 a outras formas de tratamento pode não ser um diferencial, até porque normalmente quem confia apenas nos suplementos acaba não seguindo uma dieta saudável, que inclua frutas, vegetais e alimentos pobres em açúcar e gorduras saturadas. Essa, por sinal, se mostrou uma das formas de tratamento mais eficiente para evitar doenças cardiovasculares e deve incluir alimentos fonte de ômega-3, como os peixes de águas profundas, como salmão e atum.

      O ideal é prevenir e adotar outras medidas que garantem um coração saudável. Veja quais hábitos ajudam a evitar que as doenças cardiovasculares se manifestem:

Sono: estudos recentes apontam que cerca de 40% dos indivíduos hipertensos sofrem também de apneia obstrutiva do sono, alertando para uma relação entre as doenças. quem sofre de apneia do sono apresenta mais variabilidade da pressão e o aumento está ligado à lesão dos órgãos-alvo, como coração, cérebro e rins. Além disso, uma noite bem dormida tem a ver com viver mais, de acordo com um estudo da Universidade de Warwick e da Universidade Federico II, na Itália. De acordo com os pesquisadores, quem dorme menos de seis horas ou mais de oito ao dia tem 12% a mais de chance de morrer. Com a qualidade do sono prejudicado, crescem os ricos de acidentes, por conta da sonolência, e de ataques cardíacos em função do estresse.

Estresse: o colesterol alto, que causa a hipertensão e obstrui as artérias do coração, é um dos efeitos do excesso de estresse. Com a ansiedade, a presença dos radicais livres no organismo aumenta, podendo gerar o agravamento de problemas cardíacos. Isso porque eles interagem com o colesterol em excesso no organismo, formando placas nas paredes dos vasos sanguíneos, além de piorar certas doenças inflamatórias e causar envelhecimento.

Açúcar: um estudo publicado no Journal of American Medical Association sugere que, assim como uma dieta rica em gordura pode aumentar os níveis de triglicerídeos e colesterol, a ingestão de açúcar também pode afetar as taxas de lipídios.

Vegetais: um importante estudo científico divulgado no periódico americano Circulation demonstrou que o consumo de proteínas de origem vegetal está associado à redução da pressão arterial, ao mesmo tempo em que confirmou estudos anteriores de que o consumo total de proteínas não aumenta os níveis de pressão sanguínea. O ácido glutâmico, principal aminoácido encontrado nas proteínas vegetais, é um dos micronutrientes que ajudam a controlar a pressão arterial.

Sal: pesquisas científicas já comprovaram a relação direta entre o consumo de sódio e a hipertensão arterial. De acordo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o brasileiro consome em média 12 gramas de sal por dia, quando o recomendado seria limitar essa ingestão a 6 gramas. 


Postado por: Dayane Oliveira Fiuza

Referências:

Suplementação com ômega 3 não é tão eficiente em prevenir doenças cardiovasculares. Revista Digital Minha Vida. Maio 2013.


CASANOVA, Marcela A.; MEDEIROS, Fernanda. Recentes evidências sobre os ácidos graxos poli-insaturados da família ômega-3 na doença cardiovascular. São Paulo, vol 10, nº 03, 2011.



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