No início da era esportiva, a vantagem
obtida pelos atletas de ponta era considerada uma barreira intransponível.
Atualmente, a distância entre atletas de elite em competições tem sido tão
reduzida, que um pequeno aperfeiçoamento na performance pode resultar em um
grande ganho na classificação geral. Este fato tem induzido atletas, técnicos e
cientistas a buscar, além das técnicas de treinamento, diferentes métodos de
otimizar o desempenho por meio do uso de recursos ergogênicos.
Dentre os suplementos utilizados no
meio esportivo, destaca-se o mineral cromo, cuja deficiência na dieta contribui
para a intolerância à glicose e alterações prejudiciais relacionadas ao perfil lipídico.
A função primária do cromo é potencializar os efeitos da insulina e, desse
modo, alterar o metabolismo de carboidratos, lipídios e aminoácidos. Além
disso, a suplementação com cromo tem sido utilizada com a finalidade de
promover aumento de massa muscular e diminuição da gordura corporal. Todavia,
há escassez de evidências científicas comprovando esses possíveis efeitos positivos
da suplementação com cromo.
O cromo é um mineral-traço essencial
que participa ativamente do metabolismo de carboidratos, principalmente
co-atuando com a insulina, melhorando a tolerância à glicose. Contudo, por agir
estimulando a sensibilidade à insulina, o cromo pode influenciar também no
metabolismo protéico, promovendo maior estímulo da captação de aminoácidos e,
conseqüentemente, aumentando a síntese protéica.
A ação do cromo parece não se resumir
à participação coadjuvante com a insulina. Apesar de não ter sido identificada
nenhuma enzima dependente de cromo, este mineral parece inibir a enzima hepática
hidroximetilglutaril-CoA-redutase, diminuindo a concentração plasmática de
colesterol. Também é atribuído ao cromo um efeito lipolítico que, somado a seus
possíveis efeitos anabólicos, estimula principalmente o público esportista ao
uso do cromo como suplemento na dieta para obtenção de efeitos desejáveis sobre
a composição corporal.
A biodisponibilidade do cromo em geral
é baixa, apresentando valores que não ultrapassam 3%, e essa porcentagem de
absorção parece ser inversamente proporcional à quantidade de cromo na dieta.
Vários fatores interferem na absorção do cromo, dos quais se ressaltam, como
inibidores, o fitato e a maior quantidade de minerais como zinco, ferro e
vanádio no intestino e, como estimuladores, os aminoácidos, o oxalato, a
vitamina C e o amido.
Após a absorção, o cromo pode ser
estocado em vários tecidos do organismo, sem possuir um local específico
necessariamente, mas totalizando em média um pool de 4 a 6 mg. A maior
quantidade de cromo parece estar distribuída no fígado, rins, baço, porém já se
observou maior concentração de cromo no coração e nos rins de ratos em estudo
realizado.
Postado por: Thais C. S. Silva
Referências:
ROGERO, MM et al. Considerações sobre cromo, insulina e exercício físico. Rev. Brasileira de Medicina. 2005
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