sexta-feira, 2 de maio de 2014

Prós e contra do aeróbico no jejum.

Independente do fator motivacional para a execução da atividade física é fundamental a ingestão adequada de nutrientes para um melhor desempenho, levando-se em consideração os desgastes nutricionais e a necessidade de reposição. O carboidrato, por exemplo, quando administrado na quantia certa, melhora o desempenho físico no exercício de curta duração e o exercício de alta intensidade, como a corrida, pois retarda a fadiga devido à preservação do glicogênio.
Quando o treino é realizado na parte matutina, logo após um longo período de sono, propicia que os estoques de glicogênios hepático e muscular sejam bastante depletados, diminuições da glicemia e do estoque de glicogênio muscular são importantes fatores determinantes de uma maior ou menor proteólise na vigência de um exercício físico. Nesse sentido, uma ingestão adequada de nutrientes pela manhã, previne o indivíduo contra hipoglicemia e, consequentemente, melhora o desempenho em um treino aeróbio.
Observa-se, porém, que grande parte dos esportistas que treinam pela manhã opta por fazer em jejum por falta de apetite nesse horário, ou por questão de pouco tempo para o esvaziamento gástrico, podendo causar um refluxo no momento do treino, ou ainda por não terem tempo para esta refeição, sendo assim, esses esportistas podem estar com o desempenho e performance comprometidos, ou ainda em risco de hipoglicemia.
Os resultados mostram que apesar da média de glicemia no pós-treino com placebo estar inferior ao dia com carboidrato, o exercício no tempo e na intensidade executada não levou o grupo a reduzir sua
glicemia mesmo em jejum. Esse fato pode ser justificado pelas condições de jejum e de exercício proporcionarem estimulação das células alfa, que liberam glucagon e imediatamente depois, glicose pelo fígado na corrente sanguínea. Além disso, no estado de jejum e durante o exercício a glicemia também
pode ser elevada com a contribuição das catecolaminas e do cortisol, que são hormônios considerados hiperglicemiantes. Com isso, aumenta-se a disponibilidade de glicose para células, mantendo adequadas as
concentrações plasmáticas de glicose para satisfazer as demandas metabólicas aumentadas pelo exercício.
Sendo assim, pode-se ter havido uma preservação do glicogênio hepático e muscular com a bebida carboidratada, visto que os valores médios de glicemia foram maiores quando comparados com o placebo, mas não se pode inferir pelos resultados glicêmicos uma alteração no desempenho dos participantes com esta bebida, já que não houve redução da glicemia quando em jejum.
A disponibilidade aumentada de glicose no sangue por meio de ingestão de carboidrato está associada às taxas aumentadas de oxidação de carboidratos e retardo da fadiga, pois aumenta a oxidação desse nutriente e melhora do desempenho no endurance. Parte disso pode ocorrer devido a uma maior captação de
glicose no músculo  e ao aumento do equilíbrio energético muscular.
Estudos sugeriram que o principal mecanismo para retardar a instalação da fadiga estaria na manutenção da
glicemia e na velocidade de oxidação dos carboidratos, nos últimos estágios dos exercícios, quando a disponibilidade do glicogênio muscular estaria limitada. A ingestão de carboidratos economizaria o
glicogênio muscular, em alguns tipos de fibra, durante o ciclismo intermitente e em corridas.
A ingestão de carboidratos estimula a função cerebral e melhora a sensação de bem-estar durante os exercícios. A maioria das pessoas para de se exercitar ou apresenta baixo rendimento devido à percepção do esforço ser mais intensa. O aumento na percepção do esforço durante os exercícios prolongados, na maioria dos casos, precede a incapacidade do músculo em produzir a força e a potência adequadas. Por
outro lado, os benefícios da ingestão de carboidratos em retardar a fadiga incluem a redução na sensação de esforço, aumento da motivação, bom humor e diminuição da inibição do centro nervoso motor cerebral,
situado na região superior do cérebro. A ingestão de carboidratos durante o exercício ajude a manter a glicemia, reduza a concentração de EPI, glucagon, cortisol e GH no sangue e aumente a concentração da insulina. Portanto, a ingestão de carboidratos pode retardar a depleção de glicogênio muscular e hepático,
aumentando a captação de glicose e a oxidação nos músculos e cérebro. Assim, diminui a concentração de ácidos graxos livres e amônia, os quais contribuem para o início da fadiga central.
Conclui-se que a ingestão de carboidratos pré-treino proporcionou aumento do volume de oxigênio máximo dos participantes com melhora no desempenho e rendimento, pois permite a manutenção da glicemia e esta, por sua vez preserva o glicogênio muscular e hepático, reduz a sensação de esforço e diminui a fadiga do centro nervoso motor cerebral.

Postado por: Carolina Barsotti
Referência Bibliográfica: http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/viewFile/233/231

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