A Alergia Alimentar é qualquer reação indesejável a determinado alimento ou aditivos alimentares. Esta reação envolve um mecanismo imunológico e tem apresentação clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele (urticária, coceira, inchaço), no sistema gastrointestinal (diarréia, dor abdominal, vômitos), e no sistema respiratório (tosse).
O número de pessoas que contraem alergia alimentar está aumentando a cada ano (atualmente afeta 2,5% da população adulta). A grande exposição a aditivos alimentares e contaminantes, principalmente nos alimentos processados, tem favorecido o desenvolvimento das reações adversas. O corante artificial tartrazina, encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e balas coloridas, o glutamato monossódico, presente nos alimentos salgados, como temperos (caldos de carne ou galinha), e os sulfitos, usados como conservantes em alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados), são relatados como os grandes causadores de reações alérgicas.
O diagnóstico correto da alergia alimentar é fundamental para o tratamento adequado. Esse diagnóstico é feito através de história clínica, onde os pacientes, ou os pais, em casos de crianças, fornecem detalhes sobre os alimentos ingeridos rotineiramente. Normalmente, é possível diagnosticar, dessa forma, qual foi o alimento causador da alergia. Porém, em algumas outras ocasiões, não fica tão evidente qual foi o alimento causador. Isso ocorre, principalmente, quando as reações surgem horas depois da ingestão de algum determinado alimento. Nesses casos, é necessária uma investigação mais detalhada. Outro método utilizado para diagnosticar a alergia alimentar é o teste alérgico. Na maioria das vezes, é realizado no antebraço, e o resultado é obtido em 15 a 20 minutos, e aparecerá uma pápula vermelha (semelhante a uma picada de mosquito), se a reação for positiva.
Para o tratamento da alergia alimentar, são utilizados medicamentos que tratam apenas os sintomas, uma vez que não existe um medicamento especifico que trate a alergia alimentar. É importante também que os pacientes evitem qualquer tipo de contato com o alimento causador da alergia, o mesmo deve permanecer suspenso por 6 meses, e depois poderá ser realizada uma reintrodução na alimentação para observar os efeitos. Caso ocorra qualquer reação, a dieta de eliminação deverá ser mantida. Se for um caso de alta sensibilidade ao alimento, é contraindicada a reintrodução, pois quantidades mínimas podem desencadear reações alérgicas graves.
O leite de vaca é o alimento mais associado a manifestações alérgicas em crianças. Geralmente afeta crianças com menos de três anos e o diagnóstico normalmente é feito antes dos dois anos, entre 6 e 18 meses.
Existe uma diferença, muitas vezes desconhecida, entre alergia à proteína do leite de vaca e intolerância à lactose. A intolerância à lactose ocorre porque o organismo não produz ou produz pouca enzima lactase, que é responsável pela digestão da lactose (açúcar do leite). Em consequência, a lactose se acumula no intestino e será fermentada pelas bactérias, formando gases, provocando diarreia, cólicas, distensão abdominal, e desconforto. Ela pode ser genética e nesse caso a pessoa já nasce sem produzir a enzima, e em outras situações, pessoas que nunca foram intolerantes passam a ser, após gastroenterites, radioterapia ou quimioterapia, doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca, etc. Nesses casos, a intolerância pode perdurar até o final da vida ou pode ser transitória. Geralmente a intolerância tende a piorar com a idade.
Já a alergia ao leite de vaca é provocada pelas proteínas nele presentes, principalmente a globulina, que é identificada pelo sistema imunológico como um agressor. Quando ocorre a ingestão destas proteínas o sistema imunológico combate os “agressores”, e essa ação é o que provoca os sintomas de alergia alimentar – diarréia, distensão abdominal, flatulência e ainda lesões na pele, como urticária e coceira, sintomas respiratórios, inflamação da mucosa intestinal e até pequenos sangramentos intestinais.
Uma vez que alérgicos e intolerantes devem ter um controle rígido sobre os alimentos que irão ingerir, para não serem prejudicados, médicos e nutricionistas substituem o leite e seus derivados por outros alimentos, como: bebida à base de soja, água, sucos de frutas, vegetais, leite de coco e bebidas à base de arroz. E para suprir a necessidade de cálcio, deve-se consumir principalmente vegetais de cor verde-escura como brócolis, couve, agrião, mostarda, além de repolho, nabo e peixes de ossos moles como o salmão e sardinha, mariscos e camarão.
Não há cura para as alergias, nem para a intolerância. Apenas tratamentos para diminuir os sintomas. Esse tratamento pode ser medicamentoso ou a exclusão dos alimentos e/ou aditivos da alimentação. Depois que uma alergia se manifesta pela primeira vez, é de extrema importância os devidos cuidados com o alimento nocivo para evitar a ocorrência de novos problemas. O acompanhamento com médicos e nutricionistas é essencial, tanto nas alergias, quanto na intolerância.
Fonte Consea SP
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