Nosso sistema de amortecimento começa no pé, segue para o
tornozelo, perna e para o resto do corpo. A cada passada, todo o peso do corpo
recai sobre uma dos membros inferiores. Quando caminhamos ou corremos, o
problema é basicamente a repetição do mesmo exercício por longos períodos, o
que exige um sistema eficiente de amortecimento para diminuir os danos causados
pelo constante impacto nas articulações e que, muitas vezes, podem se agravar
pelas alterações na estrutura anatômica do pé. A utilização de calçados
apropriados ajuda no funcionamento normal do sistema natural de amortecedores.
Além disso, uma avaliação do arco plantar e do tipo da pisada poderá contribuir
ainda mais para absorver o impacto nas articulações, uma vez que já existem
modelos de calçados adaptados às alterações estruturais do pé.
Com relação às atividades físicas e aos esportes, o tipo de
calçado depende da modalidade esportiva e do tipo de força exercida sobre os
pés. A caminhada e a corrida são as modalidades em que o calçado interfere
diretamente na performance do praticante.
Existem três tipos padrões de pés, quanto à formação do arco:
pé chato (plano), arcado (côncavo) e normal com quatro tipos de pisadas:
neutra, supinador (para fora), pronador (para dentro) e pronador acentuado,
sendo que as variações são individuais.
O pé com pouco ou nenhum arco apresenta excesso de flexibilidade,
geralmente com tipo de pisada para dentro, diferente do pé de arco excessivo,
que tem baixa flexibilidade, absorve com menos eficiência os impactos com o solo
e tem característica de atitude supinadora.
Estudos têm sugerido que uma pisada excessivamente para fora
é um importante fator no desenvolvimento de lesões gerais, principalmente em
relação aos joelhos. Isto é devido, em parte, aos movimentos de inversão/eversão
do pé que são transferidos pela articulação do tornozelo em rotações
externa/interna da tíbia. Uma excessiva eversão do pé, juntamente com uma excessiva
rotação interna.
A indústria do calçado, através de investimentos em
pesquisas com atletas corredores, vem desenvolvendo, principalmente na linha
esportiva, alguns modelos de calçados com os mais diversos materiais e formas,
visando aumentar o conforto, a performance, ao mesmo tempo reduzindo a
possibilidade de lesões por sobrecarga ou atrito. As novas construções dos
tênis visam reduzir a eversão do pé e a rotação interna da tíbia durante o
contato com o solo.
Na compra de um par de tênis, deve-se procurar adquiri-lo no
final do dia, quando nossos pés estarão mais inchados comparativamente aos
horários da manhã. Além disso, seria interessante fazer uma avaliação
podiátrica, para se ter informações sobre o arco plantar e do tipo de pisada, pois
já existem modelos próprios para quem pisa para dentro, gastando mais a borda
interna do tênis (atitude pronadora) e para quem pisa para fora, gastando mais
a parte externa do tênis (atitude supinadora), assim como para pés com arco
normal, plano e côncavo. Outro aspecto importante que se deve considerar na
escolha do tênis é com relação ao peso corporal. No caso de peso cima do que
seria o ideal, deve-se optar por um calçado que garanta um excelente
amortecimento, lembrando que nem sempre o mais caro, o mais colorido e o da
moda serão os melhores para os pés. Indicações de amigos leigos ou de
balconistas despreparados poderão ocasionar lesões no nosso sistema natural de
amortecimento.
Postado por: Gabriela Downey e Silvia Carvalho
Referências:
Guimarães, G. V., Freitas, H. F. G., Silva, P. R., & Teixeira, L. R. (2000). Pés: devemos avaliá-los ao praticar atividade físico-esportiva. Rev Bras Med Esporte, 6, 57-9.
Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rbme/v6n2/v6n2a05.pdf
Referências:
Guimarães, G. V., Freitas, H. F. G., Silva, P. R., & Teixeira, L. R. (2000). Pés: devemos avaliá-los ao praticar atividade físico-esportiva. Rev Bras Med Esporte, 6, 57-9.
Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rbme/v6n2/v6n2a05.pdf
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