Você já se perguntou como a cafeína — cujo é tão presente no
nosso cotidiano — pode impactar diretamente no desempenho físico de atletas?
Com base no trabalho de conclusão de curso de Heitor Meirelles Moreno (2022),
vamos entender de forma técnica e clara como essa substância atua no organismo
e quais seus verdadeiros efeitos na nutrição esportiva.
O que é a cafeína e por que ela é tão estudada?
A cafeína é uma metilxantina presente em alimentos e bebidas
como café, chá, chocolate, refrigerantes, guaraná e suplementos energéticos.
Trata-se de uma substância lipossolúvel que, quando ingerida, é rapidamente
absorvida pelo trato gastrointestinal, atingindo o pico de ação no sistema
nervoso central entre 30 e 60 minutos após o consumo.
Como a cafeína age no corpo?
No nível celular, a cafeína atua como antagonista
competitivo dos receptores de adenosina, neurotransmissor responsável por
reduzir a atividade neuronal e induzir o sono. Ao bloquear esses receptores, a
cafeína promove maior liberação de dopamina e norepinefrina, gerando maior
estado de alerta, melhora na cognição e resistência à fadiga.
Além disso, a cafeína estimula a lipólise — a quebra de
gordura para produção de energia — poupando o uso do glicogênio muscular. Isso
é especialmente relevante em exercícios prolongados, onde a disponibilidade de
energia é fator limitante.
Efeitos ergogênicos da cafeína
Estudos demonstraram que a ingestão de cafeína, em doses
entre 3 e 9 mg/kg, pode melhorar significativamente o desempenho físico,
principalmente em exercícios de longa duração e alta intensidade. Dentre os
principais efeitos observados estão:
- Aumento
da força de contração muscular;
- Maior
resistência à fadiga;
- Elevação
dos ácidos graxos livres no plasma;
- Melhora
da percepção de esforço.
E os riscos?
Assim como qualquer substância ativa, a cafeína não está
livre de efeitos colaterais. Doses elevadas, principalmente em indivíduos não
habituados, podem causar insônia, ansiedade, tremores, taquicardia e até
distúrbios gastrointestinais. A tolerância também é um fator importante:
usuários frequentes podem precisar de doses cada vez maiores para obter os
mesmos efeitos.
Ademais, a cafeína tem efeito diurético, o que pode
contribuir para a desidratação em atletas, especialmente em ambientes quentes e
úmidos.
E você, leitor?
Você já utilizou cafeína como recurso ergogênico nos seus
treinos? Já percebeu melhora de desempenho ou enfrentou algum efeito colateral?
Lembre-se: cada organismo responde de maneira diferente — por isso, a
orientação de um nutricionista é essencial antes de qualquer suplementação.
Referências:
MORENO, Heitor Meirelles. Efeitos da Cafeína na Nutrição
Esportiva. 2022. 26 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Nutrição) – Universidade Anhanguera, Teixeira de Freitas - BA, 2022.
Por: Geovanna Monteiro e Letícia Aquino.
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